A Tanzânia confirmou neste domingo (2) a morte de dois de seus soldados na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, em meio à intensificação do conflito na região.
Segundo um comunicado da Força de Defesa do Povo da Tanzânia (TPDF), os militares foram mortos durante ataques do grupo rebelde M23 nas cidades de Sake e Goma, ocorridos nos dias 24 e 28 de janeiro, respectivamente. Além disso, outras quatro pessoas ficaram feridas durante os ataques.
Com essas novas baixas, sobe para pelo menos 20 o número de soldados da paz mortos na região desde a semana passada, após a escalada da violência com a ofensiva do M23 contra o exército congolês. Os combates intensos resultaram em confrontos em Goma e arredores.
Entre os soldados mortos, 14 eram sul-africanos, segundo informações da ONU. O organismo internacional também relatou que os confrontos dos últimos cinco dias deixaram cerca de 700 mortos e 2.800 feridos.
A crise tem causado um grande deslocamento populacional, com milhares de pessoas fugindo para Ruanda, incluindo funcionários de organizações internacionais, como a ONU e o Banco Mundial. O sistema de saúde do Congo está sobrecarregado, e o Ministério da Saúde do país informou que 773 corpos estavam nos necrotérios até 30 de janeiro, com alguns permanecendo nas ruas devido à superlotação.
Apesar das perdas, o TPDF assegurou que suas tropas remanescentes na missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) seguem “seguras e desempenhando suas funções de manutenção da paz”.
O M23, que enfrenta há anos as forças congolesas e é acusado de receber apoio de Ruanda, declarou controle sobre Goma, capital da província de Kivu do Norte. O governo congolês, no entanto, prometeu retomar a cidade, que abriga cerca de 3 milhões de habitantes.
Ruanda Rejeita Acusações da SADC sobre Conflito no Leste do Congo
O governo de Ruanda rejeitou neste domingo (2) as acusações feitas contra suas forças armadas durante a cúpula extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), realizada no último dia 31 de janeiro, em Harare, Zimbábue.Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Ruanda afirmou que as Forças de Defesa de Ruanda (RDF) “protegem as fronteiras do país e os civis, não os atacam”.
A SADC havia condenado os ataques das tropas da missão na região, atribuindo a responsabilidade ao grupo rebelde M23 e à RDF, que, segundo a organização, opera no leste do Congo. A entidade alegou que as ações dessas forças violam o cessar-fogo mediado pelo presidente de Angola, João Lourenço, em julho de 2024, prejudicando a paz e a estabilidade tanto no Congo quanto na região da SADC. Durante a cúpula, os líderes africanos reforçaram o apoio aos esforços diplomáticos para resolver o conflito e pediram o início imediato de um novo processo de cessar-fogo.