O Ministro sul-africano de Recursos Minerais e Petrolíferos, Gwede Matsanshe, diz que o governo vai exigir a restituição dos três milhões e meio de rands que gastou na missão de resgate de mineiros ilegais, em Stilfontein, na província de North West.
Matanshe negou que a mina de Stilfontein esteja abandonada, pois, segundo disse, os donos existem e são conhecidos, só que fugiram para a China.
Aparentemente será a estes proprietários que o executivo de Pretória vai exigir os milhões de rands que gastou na operação de resgate. No entanto, algumas organizações querem saber quem vai pagar pelas vidas perdidas.
O Ministro observou que, na altura, foi veiculada muita informação falsa, incluindo a de que a decisão do governo de resgatar os mineiros ilegais foi forçada por uma ordem judicial, após um processo movido por uma Organização Não-Governamental, que defende os direitos humanos.
Ele explicou que o processo de resgate dos ilegais então encurralados na mina estava planificado e que a culpa sobre as mortes registadas não pode ser atribuída ao governo sul-africano.
O Ministro acusou os mineiros ilegais estrangeiros de sabotarem a economia sul-africana e prometeu acções mais enérgicas para combater este mal.
Segundo disse, somente o ano passado a mineração ilegal custou á economia da África do Sul sessenta bilhões de rands.
Moçambique, Lesotho e Zimbabwe são os países de onde sai a maioria dos praticantes da mineração ilegal.
Matanshe fez estas revelações no encontro que manteve, esta terça-feira, com os parlamentares das comissões da polícia e dos Recursos Minerais.
A reunião visava a actualização de informações sobre a operação “vala umugodi”, desencadeada no âmbito do combate a mineração ilegal, na terra do rand.
Entre finais do ano passado e princípios deste, mais de mil e quinhentos mineiros ilegais, na sua maioria moçambicanos, foram retirados da mina de ouro de Stilfontein, após os militares sul-africanos terem bloqueado todas as vias de reabastecimento de alimentos.
Outros mais de noventa mineiros ilegais morreram, sendo que as autoridades sanitárias de North West apelam aos familiares para fazer o reconhecimento de corpos, através de exames de DNA.
O Ministro sul-africano da Policia, Senzo Mchunu, também presente na audiência com os parlamentares, assegurou que as investigações prosseguem com vista a identificar os que tiram benefícios da mineração ilegal.(RM Johannesburg)
