A África do Sul diz que espera concluir a retirada das suas tropas do leste do Congo Democrático, até finais deste mês de Maio.
O anúncio foi feito, este domingo, numa conferência de imprensa concedida por altas patentes militares sul-africanas e a Ministra da Defesa, Angie Motshekga.
Foi explicado que a retirada dos militares sul-africanos, integrados na missão de paz da SADC, vai ser feita de forma faseada. A primeira etapa arrancou no passado dia 29 de Abril.
Os militares vão atravessar o território do Ruanda, por estrada, e desaguar na Tanzânia, onde estará a funcionar o centro de acantonamento. Daqui, seguirão, via aérea, para a África do Sul. Os equipamentos militares, esses, serão transportados via marítima.
A retirada da missão de paz da SACD foi decidida, em Março passado, pelos chefes de Estado e de Governo do bloco regional, depois de consideráveis baixas sofridas pelos militares nos confrontos com os rebeldes do M23, estacionados em Goma, no leste do Congo Democrático.
O chefe do estado-maior das Forças armadas sul-africanas, o general Rudzani Mapwanha, disse que a retirada dos militares da região deve ser lida no contexto da estabilização da situação e nunca vista como um sinal de fraqueza:
“ Esta retirada não é acidental e não é sinal de fraqueza. É uma posição do esforço político para que haja paz e estabilidade no leste da República Democrática do Congo e, portanto, estamo-nos retirando com o orgulho de afirmar que há um elemento de paz, uma vez que o M23 se comprometeu a cessar com as hostilidades”, disse.
A própria Ministra da Defesa afirmou que a retirada das tropas sul-africanas acontece num momento em que a região está a vivenciar, nos últimos quatro meses, o que chamou de ímpeto renovado rumo à paz.
Em Fevereiro do ano passado, o Presidente Cyril Ramaphosa autorizou o envio de dois mil e novecentos militares sul-africanos para apoiarem no combate aos rebeldes do M23.
Nos princípios deste ano, 14 soldados sul-africanos foram mortos, em diferentes combates, o que agudizou a pressão sobre o governo, para que retirasse as tropas de Goma, para poupar vidas e recursos financeiros. (RM Johannesburg)