Malawi retoma produção de Urânio

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Malawi retoma a produção de Urânio, 11 anos depois da mina de Kayelekera ter paralisado as suas operações devido à queda dos preços no mercado internacional e a problemas de segurança e conformidade não resolvidos.

Com um investimento de 200 milhões de dólares da empresa australiana Lotus Resources, a exploração poderá começar no último trimestre deste ano.

O reinicio destas operações, segue a emissão de licença de segurança contra radiação, emitida pela Autoridade Reguladora de Energia Atómica do Malawi, abrindo-se caminho para que a mina de urânio de Kayelekera, no distrito de Karonga, norte do país recomece as suas actividades.

A energia nuclear antes desactivada, está sendo reavaliada como uma alternativa de emissão zero dos combustíveis fósseis, numa altura em que as energias renováveis enfrentam dificuldades de confiabilidade.

Fechada desde 2014, a mina deve ser reiniciada no terceiro trimestre de 2025, com o aumento da demanda por energia limpa e estável.

Na COP28 de 2023, 22 países se comprometeram a triplicar a produção de energia nuclear até 2050.

Esse número subiu para 31 até 2024, e as concessionárias de energia estão em busca de urânio, atendendo que os preços no mercado internacional duplicaram desde 2020.

Antigamente uma das maiores exportadoras do Malawi, a mina produzia mais de 1.000 toneladas de urânio por ano.

A Lotus já assinou acordos para entre 2026 e 2029 vender até 3,8 milhões de libras de óxido de urânio para quatro potenciais clientes, incluindo a PSEG Nuclear, sediada nos EUA.

Todos os contratos estão vinculados aos preços de mercado, protegendo a empresa produtora da volatilidade.

Com mais de 200 milhões de dólares em infra-estrutura afundada e mais 38,5 milhões de dólares arrecadados desde 2022, Kayelekera é um dos projectos de Urânio mais significativos a serem reiniciados na África.

Embora o Urânio não abasteça a rede eléctrica do Malawi, os efeitos económicos indirectos, se bem administrados, podem ser significativos em um país onde apenas 15% da população têm acesso à electricidade. (RM Blantyre)

Leia original na RM

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